sexta-feira, 21 de maio de 2010

Curiosidades do Bairro



Cantor nascido no Bairro de São Miguel Paulista!!!


Biografia do Cantor

Edvaldo Santana é nascido e criado em São Miguel Paulista, periferia de São Paulo, o primeiro de oito filhos do piauiense Félix e da pernambucana Judite, nordestinos que vieram tentar a sorte na cidade grande. Os primeiros acordes foram dados no velho violão do pai no final da década de 60, com influências que vão de Manezinho Araújo e Jackson do Pandeiro à Torquato Neto, Hendrix e toda contracultura que entra em cena nesse período. A partir daí, Edvaldo participa de vários festivais estudantis e cria seu primeiro grupo, o Caaxió. É nessa época que a necessidade de ajudar a família o leva ao seu primeiro emprego numa fábrica de brinquedos, deixando os finais de semana para os ensaios com a banda, mas sempre objetivando a profissionalização como músico.
No final dos anos 70 acontece o ressurgimento dos movimentos populares e sindicais em todo país, com destaque às greves do ABC, antecedendo e sinalizando a abertura política e o fim da ditadura militar. Edvaldo, seu grupo e outros amigos músicos, poetas e artistas plásticos de São Miguel Paulista, atentos aos acontecimentos, resolvem se mobilizar e criam o Movimento Popular de Arte (MPA) promovendo eventos com música, teatro, poesia e oficinas de cultura. Foi um movimento espontâneo e pioneiro que serviu como orientação para muitos outros projetos de casas de cultura em São Paulo. Severino do Ramo, Pedro Peres, Osnofa, Sacha Arcanjo, Akira Yamasaki são alguns dos nomes de grande importância no movimento. Nesse período o grupo Matéria Prima participa de um evento em comemoração pela visita do Papa João Paulo II ao Brasil tocando para 100 mil pessoas no Morumbi.
No ano de 1985 o MPA, já reconhecido no meio artístico pelo trabalho que vinha desenvolvendo, grava uma coletânea com músicos locais no estúdio da Eldorado. São mais de cinco anos de existência e o movimento começa a apresentar certo desgaste, conflitos por interferências políticas partidárias marcam o fim do MPA.
Com o fim do MPA em 86, Edvaldo Santana parte então para sua carreira solo, vai para o Rio de Janeiro e se instala no Morro de Santa Tereza onde vive entre o bate bola com a rapaziada, suas composições e shows com o parceiro Paulo Aueira. É uma fase de amadurecimento na carreira do músico. Atento à riqueza cultural do Rio, freqüenta de festas do morro e gafieiras às apresentações da Jazz Sinfônica. Circula pelo posto 9, ponto de encontro de personagens como Luís Melodia, Cazuza e Ferreira Gullar. "Sabonete" gravado no disco Lobo Solitário é dessa época.
Estamos em 89 e Edvaldo Santana está voltando para São Paulo, pois mesmo morando dois anos no Rio era na Paulicéia que viviam seus parceiros. Se instala na Avenida Rebouças dividindo um apartamento com a amiga Soninha. Conhece o poeta curitibano Paulo Leminski através do amigo e parceiro, também poeta, Ademir Assunção. Estas parcerias, além das vividas com Tom Zé, Haroldo de Campos e Arnaldo Antunes marcam sua carreira. Consegue um pré-contrato para gravar um disco com a Warner que é cancelado com a vinda do Plano Collor.

Desde 80, época em que participava de festivais universitários, Edvaldo mantém um relacionamento com a futura esposa Sueli, que é de Botucatu. Dessa relação nasce em 91 sua filha Carolina, e com ela o poema "Cara Carol" que viria a ser gravado no segundo disco solo. Algumas complicações no estado de saúde de Carolina (uma pneumonia) levam Edvaldo a fazer uma promessa à Cosme e Damião que cumpre com fé até hoje. Em agosto de 92, Sueli e Carolina vêm de Botucatu para morarem juntos em São Paulo.
Em 2004, participa do Show de abertura do Fórum Mundial de Cultura, no Parque do Ibirapuera, juntamente com Manu Chao, Gilberto Gil, Marcelo Yuca entre outros .Ainda em 2004, inicia o processo de criação do novo álbum,"Reserva de Alegria", influenciado pela cultura dos negros,dos caipiras e de sua formação urbana na periferia de São Paulo,sem deixar de lado a cultura de seus ancestrais nordestinos, Paralelamente grava dois vídeos clipes com músicas do cd,"Amor de Periferia".O primeiro vídeo foi gravado em 2004,na ,"Favela de Sacadura Cabral", na cidade de Santo André,com a participação da comunidade local e do grupo, "Quinteto em Branco e Preto",com direção de Robson Timóteo,Marcelo Montenegro,Albert Clink e Álvaro Perrone e o segundo vídeo- clipe foi filmado em 35 mm,em 2005,no campo de futebol da favela de São Remo,periferia da zona oeste de São Paulo,com a participação de ,"Lenine" e das crianças que jogam futebol na comunidade,a direção foi de Telso Freire.

Curiosidades

Paulistano da periferia, filho de pai piauiense e mãe pernambucana, Edvaldo Santana é um dos fundadores do Movimento Popular de Arte (MPA) – primeiro agrupamento de artistas na periferia. Nos anos 80, o MPA comandou atividades de lazer e cultura garantindo a ocupação de espaços culturais (praças, favelas, salões de igrejas e, até mesmo, ruas) que propiciou novas perspectivas para o artista e, conseqüentemente, levou ao nascimento de um público interessado nas idéias que refletiam o seu cotidiano. A produção de um LP com os artistas locais e a gravação do programa “Cidade dos meus amores” para a TV Cultura registraram as criações desenvolvidas pelos artistas entre 1979 e 1985.
Aos 20 anos, Edvaldo Santana passou a dedicar-se totalmente à música, que, desde sua infância, estava presente em sua vida, nas reuniões de seu pai e amigos, e na adolescência, quando escrevia letras para os festivais estudantis da Zona Leste paulista. Formou a banda Matéria Prima, com a qual gravou seus primeiros discos, apresentou-se com Tom Zé num festival de artes de Assis, além de realizar shows em teatros, festivais e programas de televisão, como Fantástico, Clube dos Artistas, Silvio Santos, Bolinha, Raul Gil, entre outros.
Seu primeiro trabalho solo independente foi o CD Lobo Solitário, de 93, no qual gravou a música Metrô Linha 743, de Raul Seixas, um de seus artistas preferidos. Edvaldo Santana pretende relançar este álbum, hoje fora de cartaz. Dois anos depois, veio Tá assustado? e a faixa Cachimbo tornou-se um vídeo-clipe exibido na MTV.
Adepto a outras formas artísticas, principalmente à poesia, ele faz da sua música uma simbiose original entre o legado deixado pelos seus ancestrais de negros e índios e as manifestações culturais espalhadas universais.
No seu terceiro álbum, Edvaldo inaugurou parceria com Itamar Assumpção (Blues cabloco) e gravou Dor Elegante, música lançada mais tarde por Zélia Duncan.
Edvaldo Santana alcançou certo sucesso com o lançamento do CD Amor de periferia. A faixa Batelaje deste álbum está na trilha sonora do filme Antonia de Tata Amaral, além de tornar-se um vídeo-clipe, como aconteceu com a composição O jogador, do mesmo trabalho, onde estão Lenine, Zélia Duncan, Nuno Mindelis e Quinteto em Branco e Preto, como convidados.


Música Feita para São Miguel:

Ruas de São Miguel
Edvaldo Santana
Composição: Edvaldo Santana / Roberto Claudino

Um Guaianazes de guitarra e capoeira
Um São Miguel de Ururaí
Às vezes a gente se encontra na rua
No beco, no bar da esquina
Se encontra na roda
Que roda e alucina
Se perde menino, se perde menina
Se perdem na noite, madrugada afora
Respirando blues, esquecendo a hora
Olho de lobo, farol da cidade
Sensibilidade, ficando à vontade
Quem deixa a terra
Pensando em ir pro céu
Desaba do sonho
E cai em São Miguel

( Anexo de Língua Portuguesa I )

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